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3 de jun. de 2015



                           O REALISMO NATURALISMO NO BRASIL


O Realismo marcou fortemente a literatura europeia na segunda metade do século 19. O amadurecimento das tendências que o caracterizaram deu-se a partir dos movimentos revolucionários de 1848.

É importante assinalar que as relações do Realismo com o Romantismo são bem mais complexas dos que as de uma simples negação - existem no Realismo elementos de acentuada contestação do Romantismo, mas também de continuidade.

Entre os principais escritores do Realismo destacam-se os franceses Balzac e Flaubert.

Características
 
  • O excessivo subjetivismo romântico é substituído pela descrição da realidade (e da relação do homem com a sociedade).
     
  • Influência de movimentos políticos (socialismo, comunismo, anarquismo etc.).
     
  • A ciência se afirma como único método para se conhecer, efetivamente, a realidade.
     
  • Novos campos do conhecimento (como a sociologia e a psicologia) influenciam a literatura.
     
  • O "eu" literário não será mais fruto da espontaneidade ou da emotividade, como no Romantismo, mas de uma reflexão muitas vezes aguda e sempre consciente dos limites que a sociedade impõe ao homem - e das angústias e insatisfações daí decorrentes 
  • Machado de Assis:

    Merece atenção especial o caso singular de Machado de Assis. Poeta, crítico, genial como contista e romancista, a obra machadiana estilhaça os esquemas literários da época, aprofunda as experimentações com a linguagem, torna mais complexa a sondagem do drama humano e demonstra preocupação inusitada com os elementos da própria narrativa (tempo, espaço, personagens, etc. se distanciam dos chavões da época).

    A obra de Machado de Assis pretende, em sua essência, analisar o espírito humano e refletir sobre os valores que não pertencem apenas aos brasileiros, mas são patrimônio de todos os homens. E Machado o faz sem perder de vista a realidade brasileira, antecipando-se ao Modernismo e criando um texto ácido, no qual a ironia e a paródia são extremamente refinadas.

    O núcleo narrativo machadiano é composto pelos romances:
     
    ·  Memórias póstumas de Brás Cubas (1881): narrada por um defunto, a obra apresenta a vida do anti-herói Brás Cubas. Com alta carga irônica, Machado inova, inclusive, nos recursos gráficos. É um divisor de águas não só na obra machadiana, mas na própria literatura brasileira.
     
    ·  Quincas Borba (1891): narra as desventuras do tolo Rubião, que chega a ser cômico em seu completo despreparo para a vida. Machado também aproveita o romance para fazer críticas irônicas ao darwinismo.
     
    ·  Dom Casmurro (1899): obra de caráter ambíguo, com personagens complexos, a história é contada por um narrador que, gradativamente, vai se revelando pouco confiável, o que só aprofunda ainda mais a insegurança e as dúvidas do leitor. De maneira genial, Machado apresenta os limites e os paradoxos da linguagem por meio da própria linguagem.

    Machado de Assis fundou a literatura brasileira enquanto entidade autônoma, desvinculada de um projeto nacional, e exatamente por isso madura, aberta ao diálogo com os valores universais da humanidade.

    Realismo e Naturalismo - resumo, contexto histórico, autores, dicas e questão comentada
    A partir da segunda metade do século 20, as concepções estéticas que nortearam o ideário romântico começaram a perder espaço. Uma nova tendência, baseada na trama psicológica e em personagens inspirados na realidade, toma conta da literatura ocidental. Estava inaugurado o Realismo-Naturalismo.
    No Brasil, essa passagem ocorre em 1881, com a publicação de Memória Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis (1839-1908), e de O Mulato, de Aluísio Azevedo (1857-1913). Enquanto o livro de Machado apresenta acentuado viés realista, o de Aluísio é claramente naturalista.
    Realismo
    O Realismo brasileiro é completamente diferente do europeu. A obra de seu principal autor, Machado de Assis, escapa de qualquer tentativa de classificação esquemática.
    Na fase madura, Machado produz uma literatura essencialmente problematizadora. Com minuciosa investigação psicológica, ele indaga a existência humana. Ele ainda substitui o determinismo biológico por acentuado pessimismo existencialista e discute temas como a relatividade da loucura e a exploração do homem pelo próprio homem.

    A intertextualidade e a metalinguagem marcam o estilo de Machado. O uso da linguagem poética, do jogo proposital de ambigüidades, da recuperação de lugares comuns e do microrrealismo psicológico também são características fundamentais da obra machadiana. Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de Aires são alguns romances do autor.

    Naturalismo
    O principal autor naturalista no Brasil é Aluísio Azevedo. O determinismo social predomina em sua obra, construída através de observação rigorosa do mundo físico e da zoomorfização das personagens. Aluísio é autor de O mulato, Casa de pensão e O cortiço, obras com acentuado caráter investigativo e cuidadosa análise de comportamentos sociais.

    Com o que ficar atento?
    A riqueza literária do Realismo-Naturalismo no Brasil não se restringe à prosa de ficção. A dramaturgia também evolui e consolida a comédia de costumes como um gênero maior – na obra de França Júnior e Artur Azevedo, por exemplo.

    Vale lembrar que o Realismo-Naturalismo brasileiro oferece amplo painel de uma época em que o país era monárquico, escravocrata, patriarcalista e passava por profundas mudanças socioeconômicas e culturais.

    Como pode cair no vestibular?
    Muitos vestibulares tem cobrado conhecimentos sobre a obra de Machado de Assis e os temas problematizados pelo autor, como a própria vida e a literatura.

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